segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Sidney Santiago Kuanza, da Cia Os Crespos, apresenta monólogo inspirado em Lima Barreto

O monólogo integra uma trilogia intitulada "Masculinidade & Negritude", que leva o legado político, artístico e cultural de homens negros aos palcos. 

Por Giovanne Ramos.

No dia 11 de janeiro, Sidney Santiago Kuanza, multiartista brasileiro, apresentará seu novo solo, “A Solidão do Feio”, no Auditório do Sesc Pinheiros. O monólogo performático é uma obra autoral que explora a trajetória do renomado romancista carioca, Lima Barreto. As vendas já estão disponíveis no site.

O espetáculo, que tem início com um velório nas áreas externas da unidade, narra fragmentos não lineares da vida de Lima Barreto, percorrendo diferentes gêneros teatrais. Sidney Santiago, à frente da Cia Os Crespos, adota a perspectiva performática do teatro panfletário, dando a Lima Barreto uma nova face, um herói nacional.

Segundo Sidney Santiago, em nota para a imprensa, ao abordar Lima Barreto, o objetivo é recontar a história de um homem insubmisso, profundo pensador de seu tempo e país. A direção compartilhada com a atriz Gabi Costa visa ampliar a representação do autor para além da biografia convencional, que muitas vezes o limita à figura do homem negro e literato que enfrentou problemas com álcool e foi internado em um sanatório.

“A Solidão do Feio” é descrito como um diário aberto de possibilidades para a existência de Lima Barreto, oferecendo uma visão enriquecedora e multifacetada do renomado escritor.

Na peça, Lima Barreto é contado em primeira pessoa com suas certezas, contradições e seus sonhos de futuro. (Foto: Pedro Jackson/Divulgação)

O projeto

“A Solidão do Feio” faz parte de um projeto que se dedica aos estudos e reflexões sobre as masculinidades negras desde 2014. A pesquisa explora os impactos do racismo na psique, afetividade e subjetividade dos homens negros. 

Esse monólogo é uma peça integrante da trilogia “Masculinidade & Negritude”, que tem como propósito levar aos palcos o legado político, artístico e cultural de homens negros. Além de Lima Barreto, notável contribuidor para a literatura e jornalismo nacionais, a trilogia destaca figuras como João Francisco dos Santos (Madame Satã) e Benjamim de Oliveira.

SERVIÇO

“A Solidão do Feio”, com Sidney Santiago Kuanza (Cia Os Crespos)

Data: Temporada de 11 janeiro à 09 de fevereiro de 2024 (Dia 25/01 não haverá apresentação)

Local: Sesc Pinheiros – Auditório (3º andar) — R. Paes Leme, 195 – Pinheiros, São Paulo

Horário: Quinta à sábado, às 20h – Exceto Sexta-feira, 09/02, às 19h

Entrada: R$ 12 (credencial plena), R$ 20 (meia) R$ 40 (inteira)

GIOVANNE RAMOS: Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

Fotos: Fredo Peixoto/Pedro Jackson/Divulgação

Fonte: Alma Preta


 

terça-feira, 17 de outubro de 2023

Filme nacional coloca familias coloniais em ringue historico mental



Thriller ‘O Juízo’ faz um acerto de contas entre um negro escravizado e a família de seus algozes

Com roteiro de Fernanda Torres e direção de Andrucha Waddington, longa aposta no carma brasileiro da escravidão dentro do gênero suspense em uma fazenda mineira.

No Brasil, há muito terror a ser explorado. Faz todo o sentido, então, que um suspense tente ganhar espaço no cinema nacional tendo como pano de fundo o episódio mais horripilante da história do país: a escravidão. O Juízo, filme de Fernanda Torres com direção de seu marido, Andrucha Waddington, que estreia nesta quinta-feira (05/12), apresenta a história de um acerto de contas de mais de duzentos anos entre uma família da elite mineira e o escravo Couraça, vivido pelo cantor e rapper Criolo, que busca a reparação de algo irreparável.

Augusto Menezes, interpretado por Felipe Camargo, muda-se com a mulher, Tereza (Carol Castro), e o filho, Marinho (Joaquim Torres Waddington, estreante no cinema), para uma fazenda abandonada no interior de Minas Gerais, herdada do avô, depois de perder o emprego por problemas de alcoolismo. Sem energia elétrica e isolada no meio da mata, a propriedade carrega o carma da traição a Couraça, traficante de diamantes, que foi assassinado junto com a filha, Ana (Kênia Bárbara), numa emboscada armada por um antepassado dos Menezes.

Nessa trama de duas famílias em deterioração, o casarão branco, solitário e imponente é um elemento central que se soma à estética cinzenta, modorrenta e nublada do filme. “Queríamos esse tom sombrio, e a natureza nos deu o presente de termos apenas dois dias de sol em dois meses de filmagem. Gravamos debaixo de muita chuva”, conta Waddington. Mesmo as cenas diurnas parecem noturnas. Estas, por sua vez, foram gravadas à luz de velas (de fato, não há eletricidade no local) especialmente fabricadas com pavio duplo e uma cera que lhes confere mais luminância.

Tudo foi pensado para criar o ar de suspense que gera tanta bilheteria na indústria norte-americana e que começa a se implantar no Brasil. “O projeto nasceu há quatro anos, em uma época em que o cinema brasileiro estava indo muito bem nas comédias, fidelizando um público. Aí muitos produtores começaram a pensar em por que não a apostar em um cinema de mercado, de gênero. E o suspense, o terror, são muito populares”, lembra Fernanda Torres.

Ela conta que a ideia para o roteiro surgiu ao longo de várias viagens a Minas Gerais. “Via aquelas fazendas e pensava no carma delas, que herdam não só a escravidão do Brasil, mas também o peso da política extrativista, a história dos diamantes.” Em O Juízo, também as pedras preciosas são fantasmagóricas, brotam das águas sem explicação, fazendo jus a uma fala do personagem de Lima Duarte, o ourives Costa Breves: “Ninguém conhece sua fonte. Eles afloram nos rios, mas ninguém sabe de onde vêm”.

Foi com essa ideia em mente que Torres e o marido construíram um suspense com gado, floresta tropical, fazenda colonial, com senzala e cores locais. “Minas Gerais, que é um estado sem mar, muito fechado e policiado durante a Colônia, um lugar onde abundam os sanatórios e os problemas de alcoolismo é, para mim, o Brasil por excelência. É um estado que vai do Nordeste até o Sudeste. Eu sempre achei que havia um carma brasileiro em Minas Gerais que renderia uma história de terror e suspense que lidasse com a questão da escravidão, do extrativismo, da dívida eterna que a gente não consegue curar e da qual ainda somos herdeiros”, explica a roteirista.

“O filme é um drama de construção social que desemboca no que a gente vive hoje. É mais uma oportunidade para, através da arte, questionar como tudo chegou a ser do jeito que está", acrescenta Criolo. Ele conta que, para dar vida a Couraça, lembrou muito de sua própria história familiar. “Meu pai foi metalúrgico a vida toda, durante 40 anos. Meu avô foi estivador do cais do porto de Fortaleza. E indo mais atrás, chegamos a alguém da minha família que não veio aqui porque quis. O Couraça é um homem de extrema habilidade e astúcia, que, dentro daquela condição de homem escravizado, enriqueceu muita gente e conseguiu comprar sua liberdade. Eu não precisei de muitas coisas, infelizmente, para entender a importância daquilo que poderia ser exposto através desse personagem”, diz.

Filme em família
Fernanda Torres admite que temeu ter colocado toda sua família em uma “enrascada”. Além de contar com o marido na direção e o filho como o adolescente Marinho, sua mãe, Fernanda Montenegro, estrela o longa com o papel da espírita Marta Amarantes. “O suspense é um gênero muito perto do risível. É muito arriscado, porque você está a um passo do ridículo, ao lidar com muitos clichês", comenta. De fato, na história mística para explorar o caos emocional e psicológico dos protagonistas, O Juízo peca ao cair em clichês do gênero, incluindo as reviravoltas, quase sempre previsíveis.

O excesso de planos pouco convencionais para construir um ar de mistério quanto o que é realidade e o que é alucinação resulta óbvio. Outro erro é que os atores de maior peso do longa, Lima Duarte e Fernanda Montenegro, acabam com papéis pouco aproveitados. Como thriller, o filme não causa alarde e fica a sensação de algo faltando. No entanto, em tempos de crise no audiovisual brasileiro e na tentativa de alçar um mais um gênero nacional ao apelo comercial, O Juízo é um primeiro passo.

por Joana Oliveira

São Paulo - 05 DIC 2019 - 10:05 BRT



O Juízo é um filme brasileiro de 2019 escrito por Fernanda Torres e dirigido por Andrucha Waddington, lançado em 5 de dezembro de 2019 pela Paris Filmes. Estrelado por Fernanda Montenegro, Felipe Camargo, Carol Castro, Lima Duarte e Criolo.

Elenco
Fernanda Montenegro como Marta Amarantes
Felipe Camargo como Augusto
Carol Castro como Tereza
Criolo como Couraça
Lima Duarte como Costa Breves
Joaquim Torres Waddington como Marinho
Kênia Bárbara como Ana
Fernando Eiras como Dr. Lauro

Gênero: drama, suspense, terror

Direção: Andrucha Waddington

Roteiro: Fernanda Torres

Elenco: Fernanda Montenegro, Felipe Camargo, Carol Castro, Criolo, Lima Duarte

Música: Antônio Pinto, Yaniel Matos, André Namur

Cinematografia Azul Serra Companhia(s) produtora(s) Conspiração Filmes, Globo Filme

Distribuição: Paris Filmes

Lançamento: 5 de dezembro de 2019 (Brasil)

Idioma: português

Orçamento: R$ 8 milhões


O Juízo. Nada contra. O conceito desta película me remeteu ao álbum "Em Família", 1981, do multi-instrumentista Egberto Gismonti. Cinema, via de regra, além de trabalho em equipe, exige espírito familiar para ser bem feito e dar bons resultados em todo o processo. Vide a constituição dos pioneiros grupos empresariais ativos e atuantes nos meios de comunicação. A exemplo da extensa literatura, mais um filme da história brasileira sobre negros, escrito, dirigido e produzido por brancos, tendo dois negros entre os protagonistas e um coadjuvante. Cinema de gênero e com recorte racial e/ou social no Brasil é relativamente barato. Dispensa elenco estelar, a mão de obra é farta e conta com subsídios. Neste contexto serve de base para autores, atores, investidores e produtores negros  desenvolverem temas no gênero suspense e terror psicológico na seara escravista, cujo filão deve e merece ser remexido à exaustão. "Quando estou escrevendo e quando outras mulheres negras estão escrevendo, me vem à memória a função que as mulheres africanas - dentro das casas-grandes, escravizadas - tinham de contar histórias para adormecer a casa-grande. Eram histórias para adormecer. Nossos textos tentam borrar essa imagem. Nós não escrevemos para adormecer os da casa-grande, pelo contrário, é para acordá-los dos seus sonos injustos". Conceição Evaristo. Inclusive, se pegarmos por parâmetros a questão judaica no período nazista e presente em diversas filmografias. Os elos permanecem encrustados no consciente coletivo e racismo estrutural. É preciso dar vez e voz a quem não teve e ainda não tem vez e voz. Quem assistiu: Besouro, Cidade de Deus, Quanto vale ou é por quilo? Quilombo, Tudo que aprendemos juntos, apenas para citar, sabe do que estamos falando. N.E.

domingo, 15 de outubro de 2023

Dorme Pretinho, curta escrito e dirigido por Lia Letícia


Dorme Pretinho, videoclipe de uma canção inédita da grande cirandeira e patrimônio vivo Lia de Itamaracá.

Encantamento é a palavra que define a experiência de assistir aos oito minutos deste poético curta-metragem com direção de Lia Letícia. Tive a sensação de estar diante de um mundo e de um ser encantado.

Lia de Itamaracá, sem duvidas é encantada. Sua voz, música, poesia e arte têm o poder de encantar e ensinar aos povos a importância do ato de dar as mãos e de coabitar, compartilhando de uma mesma música, dança e sentimento.

O curta faz um recorte de parte das lembranças e memórias afetivas da infância de Lia com sua mãe e seus irmãos na Ilha de Itamaracá (PE). A mãe de Lia tinha o ofício de marisqueira e era através dele que essa mulher conseguia tirar o sustento para seus filhos e sua família.

Dorme Pretinho consegue, através de uma fotografia sensível e poética, nos transportar para lembranças e memórias de um tempo que não vivemos e ao mesmo tempo faz uma linda homenagem para as Mulheres Marisqueiras que através deste ofício alimentam seus filhos de geração em geração.

Texto: Stephanne Ávila. Revisão: Kátia Barros
Fonte: Alagoar

Lia de Itamaracá
Maria Madalena Correia do Nascimento, conhecida como Lia de Itamaracá (Itamaracá, 12 de janeiro de 1944), é uma dançarina, compositora e cantora de ciranda brasileira. É considerada a mais célebre cirandeira do Brasil.

Biografia
A artista Lia sempre morou na Ilha de Itamaracá e ainda criança começou a participar de rodas de ciranda.

Trabalhou como merendeira em uma escola pública da ilha.

Ficou conhecida por Lia nos anos 1960, depois que Teca Calazans, incorporando versos cantados pela cirandeira, acrescentou:

"Esta ciranda quem me deu foi Lia,
que mora na Ilha de Itamaracá".

Gravou seu primeiro disco em 1977, intitulado A Rainha da Ciranda.

Em 1998 participou do Abril pro Rock, o que a fez ser famosa nacionalmente.
Gravou Eu sou Lia em 2000, que foi distribuído também na França.
Em 2001, Lia de Itamaracá levou a sua ciranda a Paris, onde lançou o CD “Eu Sou Lia” e onde fez várias apresentações.

Participou do curta-metragem Recife Frio do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho. No filme Lia aparece cantando sua famosa ciranda "Eu Sou Lia, Minha Ciranda e Preta Cira" vestida com roupas de frio na praia de Itamaracá.

Em 2013, participou como personagem principal do curta-metragem documental Formiga Come do Que Carrega, do diretor Tide Gugliano.

Em 2019, participou do filme Bacurau, de Kleber Mendonça Filho. Seu álbum Ciranda Sem Fim foi eleito um dos 25 melhores álbuns brasileiros do segundo semestre de 2019 pela Associação Paulista de Críticos de Arte.

Reconhecimento
Lia de Itamaracá, do Brasil, no festival de música mundial Horizonte 2023, em Koblenz.

Lia de Itamaracá é Patrimônio Vivo de Pernambuco. A titulação é conferida pelo Governo de Pernambuco o objetivo de estimular e proteger iniciativas que contribuem para o desenvolvimento sociocultural e profissional dos mestres e das mestras de notório saber e grupos culturais, tradicionais e populares do Estado de Pernambuco, almejando a transmissão de seus conhecimentos e de suas técnicas. Nos últimos anos, Lia tem participado de festivais e eventos que tratam do repasse de sua sabedoria às novas gerações.

Foi agraciada com a Ordem do Mérito Cultural pelo Ministério da Cultura.

No dia 27 de agosto de 2019, Lia recebeu uma das maiores honrarias de toda sua trajetória artística: o título de Doutora Honoris Causa, pela Universidade Federal de Pernambuco, pelos serviços prestados à cultura de Pernambuco e do Brasil.

Diva da música negra - denominação dada pelo The New York Times.

Em 2003, a cineasta carioca Karen Akerman começou registrar a vida da cirandeira, para um documentário que pretende realizar, sob o mesmo título de CD de Lia.

Em reconhecimento de seu trabalho a promoveu o seu registro como Patrimônio Vivo de Pernambuco. E o Governo Federal, através do Ministério da Cultura, a premiou com a medalha do Mérito Cultural.

Reconhecida como doutora honoris causa pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE.

Em 2020, foi homenageada pelo Bloco Afro Ilú Oba De Min, em seu tradicional cortejo de carnaval.


Minibiografia de Lia Letícia
Lia Letícia pensa seu trabalho a partir de um campo ampliado de arte, na tensão entre práticas artísticas e a sua pretensa autonomia. A construção e conflitos advindos dessa reflexão engendram suas obras. Artista visual, natural de Viamão/RS, muda para Olinda/PE no final da década de 90 e explora a pintura em diversos suportes, inclusive o audiovisual, e investiga as relações entre este e a performance. Além de escrever e dirigir seus próprios filmes, trabalha como diretora de arte. Seus trabalhos transitam entre festivais de cinema e exposições de arte, multiplica esta experiência através de ações como o Cinecão ou como artista educadora em projetos de experimentação audiovisual, como a Escola Engenho. Também colabora como diretora e montadora em trabalhos de artistas visuais, coordena coletivamente projetos da Galeria Maumau e faz parte do CARNI- Coletivo de Arte Negra e Indígena.

FILMOGRAFIA
Meia Dúzia de Maças - Lia Leticia, Paulo do Amparo e Fernando Peres (2002, 8min);
Shhh! - Fernando Peres e Lia Leticia (2004, 4min);
Caminhada contra a ideia de progresso - (2006, 5min);
O Cotidiano do Ovo de Codorna - (2007, 11min);
Netuno NOturno - (2008, 8min);
Orwo Foma - Lia Leticia e Karen Black (2012, 3min);
Encantada - (2013, 11min);
Golpista desde sempre - (2016, 11min);
Terra não Dita, Mar não Visto - (2017, 13min);
Thinya - (2019, 15min);
De Todos os lugares, o mundo - (2020, 5min);
Feliz Navegantes - (2021, 6min);


Dorme Pretinho
Direção e roteiro: Lia Letícia
Ficção, 08 minutos, 2022, PE

@quilombocineblog; @cabecasfalantesblog; @oubifotografia; #dormepretinho; #lialeticia; #liadeitamaraca; #negrosemcena; #somosmalungosinterdependentes; #vidasevozesnegrasimportam;
#lei1063903; #lei1164508

sábado, 14 de outubro de 2023

Nollywood o cinema da Nigéria que criou a sua própria identidade

Conheça a indústria cinematográfica nigeriana que vem influenciando outros países no continente africano. 

Quando uma crise econômica atingiu o país na década de 1980 prejudicando a indústria audiovisual, os nigerianos não se abateram. Eles foram em busca de um novo formato de produção e, em 20 anos, se transformaram na segunda maior indústria cinematográfica em produção do mundo, levando ao mercado interno e externo cerca de 200 filmes por mês. De todas as particularidades de Nollywood, que é hoje um exemplo para todo o continente africano e para o mundo, a democracia ao acesso é o seu pilar central. 

–É um modelo democrático onde é possível produzir. É barato de operar, aproveita as condições econômicas da Nigéria e usa como matéria-prima uma população enorme, cheia de ótimas histórias para contar – diz, em entrevista ao Por dentro da África, Jonathan Haynes, professor da Universidade de Long Island (Nova Iorque), que há décadas se debruça sobre os estudos do cinema nigeriano. 

A proposta de Nolywood, nome que nasceu em 2002, não se encaixa no perfil comercial de Hollywood (indústria dos Estados Unidos). Ela é autêntica e olha única e exclusivamente para a África e para a Nigéria, uma fonte vasta de energia e de curiosidade com mais de 250 línguas e dialetos. Por conta disso, Nollywood não produz apenas em inglês, mas em línguas locais como yoruba, igbo e hausa. 

Em um país onde a maioria das famílias tem mais aparelhos de DVDs do que refrigeradores, e onde ficar em casa é uma opção mais segura e barata do que sair às ruas para ir ao cinema (cerca de 70% da população vivem com menos de US$2 dólares por dia e não podem pagar um ingresso de cerca de US$10 dólares), Nollywood cresceu, criou raízes e uma regra: levar os filmes para os mais de 170 milhões de habitantes! 

Nolywood surgiu contrapondo a necessidade de treinamento técnico e domínio de equipamentos caros, usados na indústria cinematográfica mundial. O objetivo que regia os cineastas era contar histórias. E foi esse desprendimento técnico que transformou esse modelo em um sucesso, usado como exemplo em todo o continente e em regiões do Caribe. 

–Nolywood tem um longo caminho. O país precisa criar laboratórios de processamento, e a técnica precisa melhorar, mas já há muitos trabalhadores aprimorando luz, áudio, edição. Conforme o retorno financeiro aumenta, maiores são as possibilidades de evoluir tecnicamente – conta Haynes sobre o mercado que emprega, pelo menos, 200 mil habitantes e movimenta US$250 milhões de dólares por ano (o terceiro maior do mundo atrás de Hollywood e Bollywood – cinema indiano). 

Mahmood Ali-Balogun, um dos diretores mais renomados do cinema nigeriano, fala com orgulho da atuação de seus conterrâneos que não segmentam o processo de produção dos filmes. Segundo ele, desta forma, eles não precisam destinar recursos a tantos terceiros. 

–As pessoas que compõem a equipe trabalham em várias áreas. Todos precisam ter uma noção do todo porque essa é a nossa fórmula de sucesso. Nós filmamos em 10 dias, em um mês. Quanto mais rápido você fizer, mais retorno terá – disse o diretor de “Tango with me”  – o longa-metragem mais lucrativo do mercado nigeriano em 2011 que foi exibido em Londres e que, nas salas de cinema nigerianas, superou os 100 mil espectadores. 

A revolução na distribuição 
O start para Nollywood foi seguinte à crise econômica que atingiu em cheio os cinemas nigerianos. Mahmood lembra que as salas começaram a fechar, e muitas se tornaram igrejas e outros estabelecimentos. Brevemente, os nigerianos encontraram uma saída que abrangia a produção para a TV e para o vídeo. A demanda para os cinemas estava abalada, mas não a demanda para a TV e para o vídeo-cassete, na época. 

Living in Bondage (lançado em 1992) é considerado o primeiro blockbuster de Nolywood exibido em vídeo e estrela do Prêmio da Academia Africana de Cinema. A obra dirigida por Chris Obi Rapu é um misto de religiosidade e crenças que ajudou  a construir a estética de Nollywood. 

Desde então, milhares de filmes foram lançados. Em 2009, a Unesco descreveu Nollywood como a segunda maior indústria (de produção) do mundo e a segunda atividade que mais emprega nigerianos. 

No país onde o ingresso do cinema é caro demais para a população, o mercado de sucesso é o  DVD. Em todo o território, há apenas 12 cinemas multiplex com quatro salas de exibição. De forma independente, os próprios produtores faziam seus filmes chegarem ao público da forma mais simples possível: pelas ruas. 

Ainda hoje, a preços acessíveis (cerca de US$2 dólares), os filmes são vendidos nas ruas e em locadoras. Mesmo com o custo baixo, havia uma estratégia para combater a pirataria. Zeb Ejiro, diretor de Domitilla (filme lançado em 1996, grande sucesso de Nolywood), conta que, no início, as cópias eram assinadas manualmente e depois embaladas. O trabalho árduo que parecia interminável (dependendo do número de cópias) não era ineficaz como parece para um ouvinte. 

–Havia algumas pessoas para avaliar isso. O próprio diretor ou produtor poderiam fazer: entrando nas locadoras e pegando uma cópia. Ao abrir a embalagem, a assinatura era conferida; se fosse falsa, a polícia era chamada – conta ao Por dentro da África Zeg, também no comando da Film and Broadcast Academy, instituição que ajuda a  formar mão-de-obra especializada. 

Para Jonathan, o estudioso que passa dias esmiuçando a indústria dos nigerianos, há muito o que aprender sobre Nollywood, onde filmes que custam aproximadamente US$15 mil dólares são produzidos em 10 dias e viram grandes hits. 

– É muito difícil fazer filme sem eletricidade… Em alguns lugares, onde há ausência ou quedas de luz, o processo é prejudicado. Mesmo com tantos desafios, eles estão expondo a imagem da África que é moderna e tradicional. Certamente, é um exemplo de autenticidade. 

A leitora Inês Amaral, de Portugal, sugeriu identificar Nigéria no título. Apesar de a reportagem tratar da Nigéria como fonte de Nollywood, indústria cinematográfica que vem inspirando muitos países do continente, o nome do país aparecia apenas no subtítulo. Desta forma, de Nollywood: o cinema da África que criou a sua própria identidade, substituímos para Nollywood: o cinema da Nigéria que criou a sua própria identidade 


Fonte: Natália Luz - Por dentro da África 

O QUEIJO DE NOLLYWOOD: Primeira tomada

por Temidayo Johnson

Uma análise crítica

Nollywood é o apelido popular usado para identificar a indústria cinematográfica nigeriana. Esta é a indústria cinematográfica responsável pela produção de filmes em línguas nigerianas e também em inglês e pidgin.

Historicamente falando, é uma indústria que existe desde os tempos anteriores à independência da Nigéria, com os trabalhos de pioneiros como Adeyemi Love Afolayan, Eddie Ugboma, Hubert Ogunde, Moses Olaiya, Duro Ladipo, para mencionar alguns.

O boom nas vendas de filmes nigerianos por volta de 1992 fez com que muitos atribuíssem aquele ano como o “início de Nollywood”.

Uma indústria estimada em cerca de 4 mil milhões de dólares (3,3 mil milhões em 2015) é mais uma indústria produtora de quantidade do que uma indústria produtora de qualidade.

Com milhares de filmes produzidos por ano, a maioria dos filmes pode ser agrupada nos seguintes

1. Histórias culturais, travessuras de aldeia e épicos;

2. Polícia e Ladrão, Thuglife;

3. Filmes sobre situação familiar;

4. Filmes ritualísticos e de disputa de poder;

5. Apenas para filmes engraçados;

NB: alguns filmes estão fora desta categorização;

O que está errado?
Existem razões simples pelas quais alguns nigerianos nunca gastarão dinheiro comprando um filme nigeriano ou assistindo-o na TV a cabo pelo qual pagam. Muitos acreditam que é pura perda de tempo sentar e assistir a um filme de Nollywood, mas os números parecem ser a favor de Nollywood, pois a receita é bastante alta.

Os ganhos brutos dos filmes de Nollywood nos últimos tempos parecem mostrar que os filmes nigerianos podem ser bons ou que as coisas estão mudando.

De acordo com a Variety, “The Wedding Party” coroou um ano recorde para as bilheterias nigerianas, que arrecadou 3,5 bilhões de nairas (cerca de US$ 11,5 milhões) em 2016, com quase 30% vindo de fotos locais, marcando a primeira vez que filmes nigerianos foram lançados. ultrapassou o limite do bilhão de nairas.

Filmes como The Wedding Party, Fifty, October 1 e similares são uma espécie de filmes que muitos espectadores de fora de Nollywood assinaram e podem ser vistos como novos padrões, mas nem todos os filmes nigerianos de alto rendimento deixaram o parque do “brega” .

Acredito que o que há de errado com os filmes de Nollywood no momento é o que deve ser corrigido/trabalhado para que fique melhor.

Trama de histórias de Nollywood
A maioria dos filmes de nollywood parece ter uma aparência de enredo, a ponto de você provavelmente poder prever cada parte do filme desde os primeiros dez minutos do filme. Embora isto não se aplique a todos os filmes, a maioria dos filmes de Nollywood se enquadra nesta categoria.

Acredito que existam escritores muito bons na Nigéria que podem dar vida a boas histórias que seriam um prazer assistir. Talvez a economia do que vende e do que é fácil de fazer seja o que domina neste momento, mas boas histórias venderão sempre e serão reconhecidas.

Fundição
Eu não diria que não temos uma grande safra de talentos em Nollywood, mas há um ponto de insatisfação na classificação. Alguns atores interpretam o mesmo personagem em filmes diferentes, a tal ponto que parece não se esperar muito deles em termos de expressão artística… Basta ser o porteiro sempre nos filmes, ser a sogra malvada ou ser identificado com ditados ou gírias em todos os filmes .

Bem… é aqui que entra a maior parte dos clichês nos filmes nigerianos. Embora, para ser justo, a maioria dos atores que se tornaram vítimas de tipificação são bons atores, mas acho que eles têm que ganhar com tudo o que aparece em seu caminho, para que assumam papéis de tipificação.

Assisti a alguns filmes nigerianos e só posso me perguntar quem está encarregado de fazer o elenco?

Para ser justo (também com os responsáveis pelo elenco), talvez eles estejam trabalhando com o que têm, mas ainda acredito que a consciência de melhorar a arte do cinema na Nigéria é necessária até ao ponto de escalar atores de qualidade.

Técnicas cinematográficas
A expressão artística dos diretores e cineastas contribui muito para tornar um filme prazeroso de assistir. Embora alguns diretores de cinema prestem atenção a isso em Nollywood, alguns apenas pegam uma câmera “aponte e dispare”, na minha opinião.

Pode não importar para uma pessoa que quer apenas assistir ao filme e passar para o próximo, mas para os espectadores que apreciam arte, um esforço consciente para melhorar a narrativa através do meio visual faz toda a diferença.

Muitos filmes têm muitos cortes e parece que eles não sabem quando um corte não é necessário ou não têm consciência do efeito que uma boa tomada tem na sensação emocional de uma cena.

Muitos filmes de Nollywood têm a prática de ter tomadas cinematográficas apenas nas transições de cena e a triste história é que essas tomadas podem de forma alguma contar qualquer história que complemente o filme. Eles são apenas cenas cortadas usadas para transição.

Há algumas outras coisas que ainda estão muito erradas em Nollywood, incluindo a legendagem, o título dos filmes, as questões de flagelação para preencher o tempo, pular em todas as questões de tendência para fazer um filme que não tenha relação com o assunto, fazer uma versão cafona de um filme estrangeiro, explicitação desnecessária…..Você pode adicionar à lista. (Suspirar)

Bem, para todos que têm esforços conscientes para fazer gosma.

Fonte: Medium/Temidayo Johnson

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As plataformas de streaming estão de olho neste filão potencial  e contam com ótimos títulos de filmes e séries nos seus catálogos, a começar pela Netflix. Para ajudar na pesquisa, use os termos: África, Nigéria, Negros, Nollywood e boa sessão. Depois divulgue suas impressões nas redes sociais e mande para nós. N.E.


Exposição Paulo Chavonga "Onde o arco-íris se esconde" no Museu da Imigração


O Museu da Imigração exibe a nova exposição do artista plástico, poeta e cineasta angolano Paulo Chavonga, intitulada "Onde o arco-íris se esconde" com curadoria de Luciara Ribeiro e expografia de Carmela Rocha e Sofia Gava.

Artista nascido em Benguela, Angola, vive atualmente em São Paulo, e tem apresentado um olhar atento para a vida e seus espaços. Da janela de seu ateliê às praças da cidade, ele registra o cotidiano com foco nas pessoas. Apoiado em diferentes suportes e materialidades, tendo a pintura como linguagem central, em uma paleta de tons vibrantes, ele observa a realidade e a transforma em imagem de crítica social, sem que isso o impeça de dialogar com extrema poesia e sensibilidade.

Nessa exposição, Chavonga faz conexões entre trajetórias de imigrantes africanos, a experiência cotidiana em outro país e o universo da representatividade artística. O trabalho envolve perspectiva de resistência sobre a ideia de permanência e resiliência ao pensar arte como contato com a cultura dele.

Para focar no aspecto humanista da mostra, o artista conta sua própria história com fotos de sua família em Angola. "Todo imigrante tem uma história e uma memória. Quero criar um olhar humano entre o brasileiro e o imigrante africano. Quero dar voz aos africanos. A mostra reúne também denúncias de xenofobia e racismo, o que tem levado à migração reversa, onde os imigrantes africanos saem do Brasil para outros países ou mesmo para retornarem para sua terra natal", explica o artista.

A exposição integra 60 pinturas, uma instalação que reproduz uma barraca de venda de tecidos da Praça da República, dois vídeos e doze poemas. No dia da estreia, os poemas serão declamados pelos poetas angolanos Ermi Pazo e Mwana N'gola.

O artista Paulo Chavonga

Paulo Chavonga nasceu em 1997 na província de Benguela, na região central de Angola. Começou com sua produção artística em grupos de estudos comunitários entre artistas. Em 2015, já residente da cidade de Luanda, ingressou na União Nacional de Artistas Plásticos (UNAP) e no mesmo ano teve a sua primeira individual, a exposição "Passos de Um Artista", na Mediateca de Benguela.

Entre 2015 e 2017 participou das Mostras de Jovens Criadores da CPLP, com itinerância internacional em países como Portugal e Moçambique, e em 2017 participou da "Expo Conexões", em Moçambique, para onde retornou em 2019 na "Expo Move your Art", seguindo para a "Expofacic", em Cantanhede, Portugal, naquele mesmo ano. A partir de 2017, o artista emigrou para o Brasil, vivendo na cidade de São Paulo. Em 2018 começou a frequentar a comunidade HiP Hop da zona sul, realizando vários projetos. Em 2020, foi selecionado para a "Bienal Naifs do Brasil", realizada no Sesc Piracicaba, com curadoria de Renata Felinto e Ana Avelar. Em 2021 participou da residência artística do Museu da Imigração do Estado de São Paulo, finalizada com a mostra "Rostos invisíveis da imigração no Brasil". Em 2022 foi um dos selecionados para o 32° Programa de Exposições do Centro Cultural São Paulo, com o projeto "Áfrikas: Olhares descoloniais".

SERVIÇO
Exposição "Paulo Chavonga "Onde o arco-íris se esconde" no Museu da Imigração
8 de julho a 26 de novembro/2023
MUSEU DA IMIGRAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Rua Visconde de Parnaíba, 1316 - Mooca - São Paulo - SP
(11) 2692-1866 - museudaimigracao@museudaimigracao.org.br

Ingresso: Entrada franca aos sábados e nos demais dia verifique os valores na Sympla. Baixe aqui em pdf o Manual de Agendamento e Visitação ao Museu da Imigração.

LOCALIZAÇÃO: Perto da estação Bresser-Moóca. Indicamos que, após a catraca do metrô, os visitantes peguem a saída da direita e sigam a Rua Visconde de Parnaíba até o número 1.316, onde fica o MI. É uma linha reta com, aproximadamente, 8 minutos de caminhada.



quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Cinema africano juvenil em cartaz no Circuito SPcine




A PEQUENA VENDEDORA DE SOL


SINOPSE: Em Dacar, vender jornais na rua é uma tarefa sempre ocupada por meninos. Certa manhã, Sili, uma jovem menina, decide desafiar essa regra exclusiva.


ELENCO: Lissa Balera, Tayerou M'Baye, Aminata Fall, Moussa Baldé, Dieynaba Laam, Martin N'Gom, Oumou Samb

DIREÇÃO: Djibril Diop Mambéty

Onde assistir

CIRCUITO SPCINE BIBLIOTECA - ROBERTO SANTOS

CIRCUITO SPCINE OLIDO - GALERIA OLIDO

Duração: 43 minutos

Gênero: Drama

País: Senegal e Suíça

Ano: 1999

Classificação: 10 Anos

Distribuidor: FILMICCA

Fonte: Circuito SPcine/site

sexta-feira, 9 de abril de 2021

Processo seletivo curso técnico: SP Escola de Teatro abre seleção para 80 vagas

A SP Escola de Teatro, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e gerida pela Associação dos Artistas Amigos da Praça (ADAAP), está com inscrições abertas para as novas turmas do curso técnico em teatro, com aulas no início do segundo semestre de 2021.

O prazo para se inscrever na Processo Seletivo vai até 17h de 19 de abril, exclusivamente pela internet, no www.institutomais.org.br.

–> Veja o edital completo 

No edital são 80 vagas, divididas em oito linhas de estudo. O curso técnico de teatro oferece formação nas áreas de Atuação, Cenografia e Figurino, Direção, Dramaturgia, Humor, Iluminação, Sonoplastia e Técnicas de Palco. As turmas têm duração de dois anos.

A taxa de inscrições na seleção é de R$ 60. As aulas são gratuitas.

Confira o número de vagas por área:
Atuação:15
Cenografia e figurino: 10
Direção: 08
Dramaturgia: 10
Humor: 05
Iluminação: 03
Sonoplastia: 12
Técnicas de Palco: 17

Podem concorrer pessoas de todo o Brasil, maiores de 18 anos (completados até julho de 2021) e com ensino médio completo, além de estrangeiros em situação legal no País.

No Processo Seletivo da SP Escola de Teatro, 20% das vagas de cada uma das linhas de estudo são destinadas a pessoas autodeclaradas pretas ou indígenas.

Quem quiser atendimento pelo nome social pode solicitar à organização da seleção até 19 de abril.

REDUÇÃO E ISENÇÃO DE TAXA
Há possibilidade de redução de 50% da taxa de inscrição para estudantes de ensino médio, curso pré-vestibular, graduação ou pós-graduação, desempregados e pessoas que recebem menos de dois salários mínimos, conforme o edital.

Pessoas que tenham cursado o ensino fundamental ou os três anos do ensino médio em escola da rede pública ou na rede privada como bolsista integral, além de doadores de sangue – conforme o projeto Escola Vermelha, criado pela Escola em parceria com a Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo – ficam isentas do pagamento.

O período para solicitar redução ou isenção vai das 17h00 do dia 22 de março até às 17h00 do dia 25 de março de 2021.

CRONOGRAMA DE SELEÇÃO
A seleção para o curso técnico da SP Escola de Teatro é dividida em dois momentos.

O primeiro momento consiste no preenchimento de um questionário virtual (nos dias 5, 6 e 7 de maio) na participação de uma entrevista por vídeo chamada (de 17 de maio até 29 de maio, de acordo com calendário a ser divulgado) e uma redação online (em 30 de maio).

As pessoas aprovadas nessa etapa seguem para um segundo momento, previsto para ocorrer de 16 a 26 de junho de 2021. São as avaliações específicas da área escolhida na inscrição, podendo ser individuais ou em grupo – de acordo com as linhas.

O resultado final do Processo Seletivo será divulgado em 08 de julho.

Confira a versão online do manual das candidatas e candidatos e baixe ela aqui.

Fonte: SP Escola de Teatro/Processo seletivo segundo semestre 2021